Friday, December 26, 2008

24 e 25

Tenho a sorte de duas das crianças mais bonitas e inteligentes do mundo terem parte do meu sangue, fazerem parte da minha vida e partilharem comigo a sua história. Por isso, tive Natal. Porque a minha C. e o meu G. estiveram comigo, sorriram comigo, brincaram comigo, cantaram para eu não dormir, refilaram com birras de sono, refilaram poque não gostam de couves, picaram os doces todos de Natal com os dedos antes de eles irem para a mesa, perguntarm, a partir das 3h da tarde, pelo menos 30 vezes, aos ouvidos de todos, em segredo "quando é que vamos abrir os presentes", e fizeram de cada presente o maior tesouro já alguma vez descoberto na história da humanidade! Por isso, tive Natal e sou a tia mais feliz do mundo!

Thursday, December 18, 2008

Das coisas que não posso esquecer


Cada um que passa em nossa vida passa sozinho...Poque cada pessoa é única para nós, e nenhuma substitui a outra...Cada um que passa em nossa vida passa sozinho, mas não vai só...Levam um pouco de nós mesmos e deixam um pouco de si mesmos.Há os que levam muito, mas não há os que não levam nada.Há os que deixam muito, mas não há os que não deixam nada.Esta é a mais bela realidade da vida... A prova tremenda de que cada um é importante e que ninguém se aproxima do outro por acaso!

Antoine de Saint-Exupéry


Pictures by Fabien Pio


Wednesday, December 17, 2008

Eu e a mania dos gajos esquisitos*

Picture by Phill Hatton


Pasolini is me, 'Accattone' you'll be. I entered nothing and nothing entered me. 'Til you came with the key and you did your best but...As I live and breathe you have killed me, you have killed me. Yes I walk around somehow but you have killed me, you have killed me. Piazza Cavour, what's my life for? Visconti is me, Magnani you'll never be. I entered nothing and nothing entered me. 'Til you came with the key and you did your best but... As I live and breathe you have killed me, you have killed me. Yes, I walk around somehow but you have killed me, you have killed me. Who am I that I come to be here...? As I live and breathe you have killed me, you have killed me. Yes I walk around somehow but you have killed me, you have killed me. And there is no point saying this again. There is no point saying this again. But I forgive you, I forgive you. Always I do forgive you



You have killed me - Morrissey


*Entenda-se gajos por músicos, na sua grande maioria...tu percebes-te, não percebes-te I. Spleen?

Dos problemas de educação*

Nunca, por nunca ser, hei-de lidar bem com a podridão comportamental. Nunca, por nunca ser, hei-de fugir de quem sou. Nunca, por nunca ser, hei-de esconder ou deixar de admitir os meus erros e as minhas vitórias. Nunca, por nunca ser, hei-de compactuar com mentiras, interesses menores, constrangimentos escondidos. Nunca, por nunca ser, hei-de deixar de pagar a factura que me é devida pelos meus actos (bons ou menos bons). Mas também nunca, por nunca ser, hei-de deixar de chamar à razão quem me aponta o dedo, quem me acusa, ou quem me tenta derrubar. Porque nunca, por nunca ser, hei-de ignorar os princípios educacionais e os valores que me foram transmitidos pelos meus pais e restante família e são eles a integridade, a dignidade pessoal e a felicidade sem que nunca, por nunca ser, a conquista destes valores ponha em causa ninguém a título individual. Talvez seja por isso que eu nunca hei-de crescer, nunca hei-de fazer parte do "mundo dos adultos". Pelo menos daqueles que agora, aos olhos dos meus 27 anos, se consideram e são designados de "adultos". Porque se ser adulto é ser-se podre, dissimulado e interesseiro então eu não quero mesmo crescer.


Foto by Carla Ceia
* que para mim não são problemas, mas cada vez mais descubro que para a grande maioria da sociedade o único problema que existe é mesmo a falta de educação!

Tuesday, December 16, 2008

Listinha

Querido Pai Natal, ou Menino Jesus, ou etc e tal,


Este Natal os meus presentes eu quero que sejam:


1 - Uma caixa de parafusos para apertar bem os meus neurónios no sítio porque eles andam meio soltos (acho que é mesmo defeito de fabrico, portanto, se puderem mesmo trocar os neurónios por uns novos, também era bom)

2 - Uma dose extra de confiança e auto-estima (também serve se for amor próprio)

3 - E por fim, uma lamparina mágica que realize todos os meus desejos, para sempre (assim já não tenho que vos pedir presentes, todos os anos, no Natal, nunca mais!!!!!!!!!!)



P.S. - Não é preciso embrulhar...

E a ciência que nunca foi o meu forte

Picture by Godot


"Come up to meet you, tell you I'm sorry you don't know how lovely you are. I had to find you, tell you I need you and tell you I set you apart. Tell me your secrets, and ask me your questions. Oh let's go back to the start. Running in circles, coming tails heads on a silence apart. Nobody said it was easy, it's such a shame for us to part, nobody said it was easy, no one ever said it would be this hard. Oh take me back to the start. I was just guessing at numbers and figures, pulling the puzzles apart. Questions of science, science and progress, do not speak as loud as my heart. And tell me you love me, come back and haunt me. Oh and I rush to the start. Running in circles, chasing tails, coming back as we are. Nobody said it was easy, oh it's such a shame for us to part. Nobody said it was easy, no one ever said it would be so hard. I'm going back to the start"


The Scientis - Coldplay


Thursday, December 11, 2008

Música Obrigatória

E Deus criou "O" homem... pronto e ela também e claro...os U2!!!

Programação* - Sarau Anual do Círculo Cultural Scalabitano

Estreia amanhã:
Espectáculo musical, evocativo da vida àrdua dos Avieiros, com intervenção da Orquestra Típica Scalabitana, Côro do Círculo Cultural Scalabitano, Veto Teatro Oficina,Departamento de Dança do CCS e Sala D`Armas do CCS , com participação especial e colaboração da Banda Filarmónica da Sociedade Instrução e Cultura Musical da Gançaria, Rancho Folclórico do Bairro de Santarém, Grupo Académico de Danças Ribatejanas, Rancho Folclórico do Vale de Santarém e Rancho Folclórico de Benfica do Ribatejo.Texto e Encenação de José Ramos, Poemas de Luís Nazareth Barbosa.Em Dezembro no Teatro Sá da Bandeira dias:


12 e 13 às 21:30h
14 às 16.00h
19 às 21.30h
21 às 16.00h


Bilhetes à venda na sede do Círculo Cultural Scalabitano e, nos dias dos espectáculos, no Teatro Sá da Bandeira.








* Depois não digam que eu não avisei!!!

Friday, December 05, 2008

O roubo.

Felizmente ainda existem almas que escrevem assim, que fazem o favor de deitar cá para fora, em letras e linhas, aquilo que, a maior parte de nós sente e não consegue transmitir ou exprimir. Felizmente, eu tenho o privilégio de conhecer pessoas assim... Roubei este texto, à descarada, daqui e permitam-me agradecer à Miss K pela pessoa encantadora que ela é e claro, por escrever-me(nos) assim tão bem!

Ama-se alguém quando se sente o corpo dobrado em pedaços de cada vez que o outro vai embora. Ama-se alguém quando se chora, a qualquer hora, por tudo e por nada. Ama-se alguém quando queremos dar o melhor de nós. Mas só se ama alguém se também dermos o pior. Ama-se alguém quando um dia não chega para gastar sorrisos, ou quando uma noite é mais curta que a chama de um cigarro. Ama-se alguém quando se perdeu o medo. Ama-se alguém quando o medo se multiplicou. Ama-se alguém quando a dor do outro é a nossa dor, ou quando a fome do outro é a nossa fome. Ama-se alguém quando, de mãos dadas, se procuram escadas para o vazio. Ama-se alguém quando se duvida de tudo, mas também quando não se acredita em nada. Ama-se alguém quando, a meio de uma discussão, a nossa vida deixa de fazer sentido. Ama-se alguém quando se anseia pelo beijo não dado, ou pelo abraço perdido. Ama-se alguém quando as coisas mais ridículas nos passam a fazer sentido. Mas só se ama alguém quando aquilo que rejeitávamos agora recebemos de braços abertos. Ama-se alguém quando não se disse tudo e o mundo acaba. Ama-se alguém quando se sofre até as veias rebentarem de dor. Ama-se alguém quando se vive à espera. Ama-se alguém quando os pensamentos do outro são os nossos pensamentos. Ama-se alguém quando o olhar do outro não quer sair do nosso próprio olhar. Ama-se alguém quando se diz a primeira palavra. Ama-se alguém quando se quer mais vida do que esta. Ama-se alguém quando o acordar só faz sentido a dois. Ama-se alguém de manhã, à tarde, à noite, de madrugada, a qualquer hora ou minuto. Ama-se alguém quando se ama a toda a hora. Mas só se ama alguém quando o adeus nos esmaga contra uma parede. No fundo, só se ama alguém quando o outro já somos nós, e foi um só que escreveu isto...

Thursday, December 04, 2008

Blackout

Procura-se: no meio do caos, dos medos, das dúvidas, dos erros, dos enganos, dos devaneios, das lutas e batalhas, das emoções escondidas e das partilhadas, das lágrimas e dos sorrisos, dos pesadelos, das perguntas, dos silêncios, procura-se no meio de tudo isto Um Manual de Instruções, uma qualquer Livro, Manual, Panfleto, ou outro formato qualquer que possa ajudar, que possa dar alguma orientação, alguma dica, para levar isto tudo de uma forma mais leve, mas sobretudo, de uma forma mais correcta.
Oferece-se: sinceridade, amizade, e reconhecimento eterno a quem tiver em seu poder esta Obra-Prima e me puder emprestá-la!



Tuesday, December 02, 2008

Um Copo é um Castelo

Foto by Lucien Olteanu


"Trabalho o poema sobre uma hipótese: o amor que se despeja no copo da vida, até meio, como se o pudéssemos beber de um trago. No fundo, como o vinho turvo, deixa um gosto amargo na boca. Pergunto onde está a transparência do vidro, a pureza do líquido inicial, a energia de quem procura esvaziar a garrafa; e a resposta são estes cacos que nos cortam as mãos, a mesa da alma suja de restos, palavras espalhadas num cansaço de sentidos. Volto, então, à primeira hipótese. O amor. Mas sem o gastar de uma vez, esperando que o tempo encha o copo até cima, para que o possa erguer à luz do teu corpo e veja, através dele, o teu rosto inteiro."
Nuno Júdice

Friday, November 28, 2008

"Será a sede de amor uma doença grave?"*

Foto by Lilya Corneli


"As pessoas que me lêem comovem-me: fiz um livro diferente para cada uma delas, com palavras diferentes, do mesmo jeito que um alfaiate trabalha por medida, porque a vida de cada um é única, nunca existiu ninguém antes. As experiências podem ser parecidas, a maneira de vivê-las diversa: somos mundos sem fim." *

*Crónica ao espelho
António Lobo Antunes

Monday, November 24, 2008

1 ano




Foi há um ano. E durante esse mesmo ano levámos a palavra de Bernardo Santareno até onde nos deixaram e onde nos quiseram ouvir e ver! Parabéns ao Veto. Obrigada aos que partilharam o palco, os nervos, as alegrias, o frio, o cansaço e todas as emoções que nos levam a fazer disto a nossa segunda casa, a nossa outra família!

Paixões



Queria tanto, amor

Bailar em ti derramado

Por cima do pobre fado, das nossas vidas pesadas

Aquela dança perfume

Sem corpo, sem voz,

Só lume



Bernardo Santareno

Sunday, November 23, 2008

O poder das palavras.



Ver-te é como ter á minha frente todo o tempo
é tudo serem para mim estradas largas estradas
onde passa o sol poente
é o tempo parar e eu próprio duvidar
mas sem pensar se o tempo existe se existiu alguma vez
e nem mesmo meço a devastação do meu passado
Ruy Belo

Thursday, November 20, 2008

14h03


Que falta fazia esta tecla para certas coisas na nossa vida...

Superstições

"Reza-te a sina nas linhas traçadas na palma da mão, que duas vidas se encontram cruzadas no teu coração. Sinal de amargura, de dor e tortura, de esperança perdida, destino marcado de amor destroçado na linha da vida.
E mais se reza na linha do amor que terá de sofrer. O desencanto ou leve dispor de uma outra mulher. Já que a má sorte assim quis, a tua sina te diz...
Que até morrer, terás de ser, sempre infeliz.
Não podes fugir, ao negro fado mortal, ao teu destino fatal, que uma má estrela domina.
Tu podes mentir às leis do teu coração, mas quer queiras quer não,
Tens de cumprir a tua sina."


Fado a Sina
Amadeu do Vale e Jaime Mendes



Já aqui referi que sou supersticiosa. E que as minhas superstições não são as mais comuns e tradicionais. São apenas medos meus, coisas minhas. Aqui está um belo exemplo. Pediram-me para cantar esta música para um próximo trabalho e eu senti que não devia, que ía dar merda... é assim como uma espécie de palavra "Macbeth" para os actores, ou Caixa de Pandora, que nunca deveria ter sido aberta...

Friday, November 14, 2008

Porque sim.



Tenho a cómoda cheia de gavetas a transbordar de bons momentos e boas emoções, completa de razões, sólidas, concretas e possíveis. E mesmo assim, teimo em deixar aberta a gaveta do que me magoa, do que não me é permitido, do que não consigo alcançar. Não sei se será apenas teimosia ou se será determinação em querer lutar, em querer conquistar. Porque na vida não deve haver impossíveis, não é assim? Nesta vida não deve haver desistências, porque para tudo isso já chega termos de caminhar com a consciência da perda e do fim. E já que isso existe mesmo, então que se mantenham abertas as gavetas das batalhas árduas. Mesmo que não se conquiste, mesmo que não se chegue ao fim, mesmo que mais ninguém nos entenda e se magoe por não nos fazermos entender, mesmo assim, há lutas que vale a pena travar…







Imagens de Adelle

Thursday, November 13, 2008

Sala cheia de nada, vazia de tudo


Cada um de nós deveria ter, por direito, uma área reservada de esquecimento, de reformulação. Como uma sala secreta. Onde cada um poderia entrar as vezes que entendesse, ao longo da existência, para poder recuperar-se, restabelecer-se. Seria, por exemplo, uma Sala Branca, feita de ausência, de nada. E ao entrarmos nela, seria como uma dose extra de oxigénio existencial, que levaríamos, de forma a apagar, momentaneamente, sensações como a dor, o medo, a dúvida, a angústia, a ansiedade… Quando achássemos que estaríamos restabelecidos, regressaríamos calmamente à existência corrente.
Seria como um refresh, uma pausa…de forma a recuperar equilíbrio, a reencontrar raciocínios, a manter níveis de sanidade mental. Onde cada um poderia saber um pouco mais de si, conhecer-se um pouco mais, de forma a poder ser mais e melhor para consigo, mas fundamentalmente, para com os outros… E sobretudo, e já que não há manual de instruções, para poder suportar melhor essa caminhada incessante que é a (individual) existência humana.



Tuesday, November 11, 2008

Medoooo...Não. Muito meddooooo

...Um dueto da Popota com o Toni Carreira?!? Socorro, é só o que me ocorre!!!

...e por falar em medo, ontem lembrei-me e percebi porque é que nunca tinha ido à feira da Golegã...

Tuesday, November 04, 2008

Pormenores...

Vocês sabem lá a saudade de alguém que está perto é mais, é pior do que a sede que dá no deserto
é chama que a vida ateia sem dó na alma da gente, ao sentir que vive só...
Vocês sabem lá que tormento é viver sem esperança e ter coração
coração que não dorme nem cansa
Não há maior dor nem viver mais cruel que sentir o amargo do fel em vez de mel,
vocês sabem lá...


Letra Jerónimo Bragança; Música Nóbrega e Sousa


Foto d'aqui

Wednesday, October 29, 2008

Uma semana no paraíso

Avião, comboio, chegada. Primeira (e única) experiência falhada: Mcdonald’s às 22h porque a fome era mais que muita.Conversa em dia quase 15 anos depois… Dois copos de ginginha, um Duomo ao fundo iluminado e a gritar “venham até cá!”. Dormir. Acordar e ter o melhor Capuccino ao pequeno-almoço. Milão de manhã, à tarde e à noite. A luz, as ruas, as lojas, o Duomo, as Galerias, o Cemitério, as Praças, o Scala, o fabuloso almoço perto do trabalho da R. (que fabulosa pasta e que magnífica tarte de maçã!!!!!!). Mais passeio. Jantar a 4 em casa (o A. É um magnífico cozinheiro). Passeio à noite pelos canais, gelados e imperiais e mais conversa em dia!!!
Acordar cedo para apanhar 57 mil transportes. 7h da manhã e falta o ar pela imensa Estação Central, digna de uma catedral! Comboio para Veneza e repõe-se o sono. Chegada e entrada num conto de fadas. A neblina que teimava em rodear os canais e torná-los ainda mais encantados e o sol que brilhava timidamente tornando cada esquina num brilho de pérolas…Regresso a Milão e um jantar de pizzas…verdadeiras!!!
Manhã de descanso (se é que isso é possível em Milão) e tarde de mais encanto à beira do lago! Jantar a 4, conversa pela noite dentro…Acordar cedo, muito cedo. Comboio para Florença. Chegada à cidade do museu ao ar livre. Cada rua, cada prédio, cada esquina…arte ao segundo, a mil à hora, não há olhar que aguente. Almoçar boa pasta e bom vinho, correr os mercados, voltar atrás a correr para comprar chapéus para festa e ir de novo a correr para o comboio. Dormir no comboio porque às 18h30 o dia ainda ía a meio. Chegada a Milão e mais um fabuloso jantar a 4!!! Preparar para festa: Chapéu de bruxa, cabeleira azul, cartola dourada e chapéu cubano…Dançar e dançar muito! E muito Rum com cola e mais um brinde a nós e está a dar Morrisey!!! E vamos embora que com isto há 24h que não vou à cama…Voltar a acordar cedo para despedir de Milão. Mais um último Capuccino no sítio do costume para o pequeno-almoço, um regresso às ruas que estão sempre na moda e mais uma tentativa de absorver toda aquela intensidade de vida!!!
Avião. Chegada. Saudades (existe esta palavra em italiano?). Mas sente-se, né?
Contar Itália, aquilo que se vive lá, com amigos e em apenas uma semana…não dá. Sente-se e vive-se. Mas fica aqui a partilha e sobretudo fica também o Obrigado a eles, que sabem quem são!




Thursday, October 23, 2008

Dolce Fare* Niente...

Fui. E tenho andado por aqui:




Quando voltar conto o resto...

*mandaram-me colocar um "e" no final...

Friday, October 17, 2008

Resumo

Foto d'aqui

Ontem:
I. - Então, já tens tudo pronto e planeado?
Eu - O quê?
I. - As Férias?? O percurso, as malas...
Eu - (em choque) Não tenho tempo...


Wednesday, October 15, 2008

Remember


Pois que fomos, aqui há tempos, ouvir faduncho, bem regado e bem comido! E aqui fica registado o nosso brinde ao "Tomané"!!!

Monday, October 13, 2008

Boa Nova

"Freedom has a scent


Like the top of a new born baby’s head"*



Parabéns João! Haja notícias destas para dar um novo e fresco perfume de alegria à Vida. Obrigada por teres partilhado a notícia e que toda a sorte e saúde esteja com vocês!!!
*Miracle Drug - U2

Homens que me compreendem melhor que eu própria - Parte VII ou O Medo Maior

Corri o mundo à procura deste poema que escutei, uma vez, há 10 anos atrás e foi um dos momentos com mais sentido, se é que isso existe, que escutei na vida. Finalmente encontrei-o, finalmente o partilho.



Devia morrer-se de outra maneira.
Transformarmo-nos em fumo, por exemplo.
Ou em nuvens.
Quando nos sentíssemos cansados, fartos do mesmo sol
a fingir de novo todas as manhãs,
convocaríamos os amigos mais íntimos com um cartão de convite
para o ritual do Grande Desfazer:
"Fulano de tal comunica a V. Exa. que vai transformar-se em nuvem hoje às 9 horas. Traje de passeio".
E então, solenemente, com passos de reter tempo, fatos escuros, olhos de lua de cerimónia, viríamos todos assistir a despedida.
Apertos de mãos quentes. Ternura de calafrio.
"Adeus! Adeus!"
E, pouco a pouco, devagarinho, sem sofrimento, numa lassidão de arrancar raízes...
(primeiro, os olhos... em seguida, os lábios... depois os cabelos... ) a carne, em vez de apodrecer, começaria a transfigurar-se em fumo...
tão leve... tão subtil... tão pólen... como aquela nuvem além (vêem?) — nesta tarde de Outono ainda tocada por um vento de lábios azuis...
José Gomes Ferreira

O sítio do costume

[Nada] fácil de entender

Talvez por não saber falar de cor, imaginei.
Talvez por saber o que não será melhor, aproximei.
"O meu corpo é o teu corpo, o desejo entregue a nós".Sei lá eu o que queres dizer...
Despedir-me de ti, adeus um dia voltarei a ser feliz...
Eu já não sei se sei o que é sentir o teu amor não sei o que é sentir
Se por falar falei, pensei que se falasse era fácil de entender
Talvez por não saber falar de cor, imaginei...
Triste é o virar de costas o último adeus, sabe Deus o que quero dizer.
Obrigado por saberes cuidar de mim, tratar de mim, olhar para mim, escutar quem sou...
E se ao menos tudo fosse igual a ti...
Eu já não sei se sei o que é sentir o teu amor, ja não sei se sei o que é sentir.
Se por falar falei, pensei que se falasse era fácil de entender...
É o amor, que chega ao fim, um final assim assim é mais fácil de entender...


Fácil de entender - The Gift



Foto d'aqui




Perdoem-me os The Gift e respectivos fans, mas é banda que por mais que tente, não encaixa no meu gosto. Mas, de vez em quando, têm momentos felizes como este poema.

Friday, October 10, 2008

Programação

"As Danças da Dança"


Dia 11 de Outubro (Sábado), às 15h00, a Biblioteca Municipal Braamcamp Freire, acolhe a iniciativa Conversas Tardias "Danças da Dança", que conta com a presença de representantes da Academia e Dança Scalabis (danças de salão), do Departamento de Dança do Círculo Cultural Scalabitano (classe de Ballet) e do Grupo Académico de Danças Ribatejanas.No âmbito do tema mensal "A diversão no início do século". a Biblioteca promove assim, mais um encontro, onde se debate, desta vez, a oferta, as diferenças, as oportunidades e os meios da Dança, na cidade de Santarém. Venham assistir!



Thursday, October 09, 2008

Do que cai pelos olhos e não me sai pela boca porque está preso na garganta

Sou supersticiosa. Não tenho medo de gatos pretos, não tenho azar nos dias 13. Não tenho problemas em partir espelhos nem em passar de baixo de escadas. Mas quando o meu coração dispara por certos arrepios que lhe passam isso significa sempre que vai dar merda. E geralmente, quem sai mal sou eu.
O meu coração sempre foi o meu mais fiel companheiro. Quando ele diz que é assim, bem posso eu virar o mundo às avessas, que nada muda. Ele não me engana. Isso é certo. E bem vistas as coisas até tem o seu encanto, porque quando ainda a maioria das coisas não se apresentaram à realidade, já o meu coração me tinha avisado, ou seja, eu já sabia. Sempre foi assim, desde que me lembro de existir. Deve ser por isso que eu sempre levei a vida demasiado a sério. Não devia. Devia libertar-me mais, viver mais…
Devia saber lidar melhor com as emoções, com os nervos, com os ciúmes, com os amores, com as amizades. Mas quando o meu coração grita, não há nada a fazer.
Devia explodir mais vezes, ralhar mais vezes, ser intolerante mais vezes. Porque o mundo inteiro pode ser assim comigo, mas quando eu dou uma pausa ao meu coração e o deixo sangrar e chorar cá para fora, o mundo inteiro rebenta em cima da minha alma.
As minhas superstições são apenas receios e anseios que vêm de dentro de mim. Não é nada de mais concreto do que um simples arrepio… Coisas minhas, da minha maneira de ser, se calhar. Nem sei explicar. Sei apenas que é assim.
Apesar de tudo, insisto em dar mais voz à razão, dar-lhe mais tempo de antena na minha vida. Quando quem mais me acompanha é o meu coração. Ele sim não me engana, ele sim me diz como as coisas são, de verdade. E eu insisto e sou LITERALMENTE forçada em dar apenas ouvidos à razão. Não vá o mundo em que estou metida desabar. Mesmo sabendo que a razão (essa puta falsa e traidora) apenas me faz viver num mundo de ilusão, de fachada. A mim e a todos que teimam em que se prevaleça nessa realidade moralista que a razão tanto preza. Ou lhe dou ouvidos, ou dou em doida…porque não há quem entenda as minhas superstições.

Sunday, October 05, 2008

Música Obrigatória*

*ou, sem razão especial lembrei-me desta música ontem e de como em qualquer altura esta música sempre faz sentido...



Eu quero casar contigo amanhã
Abre os olhos vem comigo, diz: Parar
Vamos gastar muita saliva
Mergulhar e ver-te flutuar
Eu quero ver-te a afundar
Para depois te salvar
Eu quero lutar contigo devagar
Dá-me os braços vem comigo expirar
Vamos selar com a nossa saliva
Pensar que fosses tu também amiga








E vou usar a tua saliva
Poupá-la da má língua da intriga
Eu quero ver-te a afundar
e vou tentar-te salvar
Vamos gastar muita saliva
Lamber as feridas e limpar o mundo
Quero levar-te a vida
Mergulhar e ver-te ir ao fundo
Vamos gastar muita saliva
Orgulhar-me de ser teu fiel defunto
Quero usar saliva
Selar a carta e mudar de assunto
Ficar a ver-te fumar para depois te apagar

Saliva - GNR

Pictures by Alina Lebedeva e J. Prôa

Friday, October 03, 2008

Há dias assim

Foto de Estella Mestella

E que sejam só dias, porque isto, ultimamente, mais parecem décadas... Dias em que só me apetece gritar, puxar os cabelos, fugir, um sem fim de revoltas. Dias em que sinto que só faço merda, que ponhos os pés pelas mãos, que a minha vida está toda virada do avesso, que não só capaz de realizar nada com jeito, de fazer alguém feliz, de me sentir feliz...Deve ser só cansaço, deve ser só isso...e mais uma vez, a frase de sempre: isto há-de passar

Explicações

Aqui a leiga-no-assunto-do-lado-de-cá, finalmente, ao fim de três anos de blogosfera, descobriu como colocar, correctamente, música na tasca. Ora bem, os poucos e raros leitores da coisa, lembram-se que em tempos coloquei aqui uma rádio, e que tenho um problema sério com música, e que até tenho uma rúbrica mais ou menos consatante que é "Música Obrigatória", mas não havia meio de ficar satisfeita com isto. E porquê? Ora bem, no caso da rádio foi porque, apesar da selecção musical ter sido feita por mim, aquilo não funcionava bem. Os posts do amigo Youtube que vou colocando, nem sempre se ouvem (só quem clica naquilo) e na grande maioria dos meus post há uma música associada, ou qualquer música da minha mais privada selecção se associa a cada um deles. E pronto, finalmente encontrei uma cena (site, ou sei lá o que é isto) que permite ter as minhas músicas, aquelas que em qualquer altura se adequam a este espaço, pela ordem que eu quero, e a malta que não quer ouvir, simplesmente desliga. Pronto, isto da música e eu, eu e a música é um problema mais que sério...

Wednesday, October 01, 2008

Homens que me compreendem melhor que própria - Parte VI


fingir que está tudo bem: o corpo rasgado e vestido
com roupa passada a ferro, rastos de chamas dentro
do corpo, gritos desesperados sob as conversas:
fingir que está tudo bem: olhas-me e só tu sabes:
na rua onde os nossos olhares se encontram é noite:
as pessoas não imaginam: são tão ridículas as pessoas,
tão desprezíveis: as pessoas falam e não imaginam:
nós olhamo-nos: fingir que está tudo bem:
o sangue a ferver sob a pele igual aos dias antes de tudo,
tempestades de medo nos lábios a sorrir:
será que vou morrer?, pergunto dentro de mim:
será que vou morrer?, olhas-me e só tu sabes:
ferros em brasa, fogo, silêncio e chuva que não se pode dizer:
amor e morte:
fingir que está tudo bem: ter de sorrir:
um oceano que nos queima, um incêndio que nos afoga.

José Luis Peixoto

Contagem decrescente

Pois é senhores ouvintes! E eis que chega Outubro. E como quem espera sempre alcança, cá estou eu a entrar na minha contagem decrescente para as tão sonhadas e merecidas férias ao fim de sei lá quanto tempo...
Faltam precisamente 19 dias para ter a minha pausa (que até tem direito a uma viagenzinha e tudo e tudo e tudo!!!!!!!!!!!)
Vou colocar religiosamente, na barra lateral de informações o passar dos dias até chegar o momento de gritar bem alto: Au Revoir!!!! FUI

Tuesday, September 30, 2008

Música Obrigatória

This is life...
Música para levantar a cabeça, reaver a força e seguir, seguir para um qualquer lado que não este!

Come back

Foto d'aqui

Voltei. Porque tinha saudades, porque senti a falta, porque não sei resistir, porque é mais forte que eu. Voltei porque assim tinha de ser. Voltei porque da lama hão-de nascer raios de luz, porque o Outono há-de trazer o sol dourado e cheiro da terra molhada é sempre sinal de esperança. Voltei porque a vida é feita de voltas e as voltas que dou são para me tornar mais eu. Voltei porque não sei estar mais sem ser assim, a ser eu, a libertar-me. Voltei, porque acaba-se sempre por voltar ao que nos faz felizes. Voltei porque a minha vida tem de começar outra vez e eu preciso de renascer... outra vez.


Tuesday, September 16, 2008

Fechado para obras, para balanço, para qualquer coisa...

A falta de condições do lado de cá da tasca faz com que, por tempo indeterminado, este espaço fique encerrado. Não para sempre, mas por agora...



Foto d'aqui

Sunday, September 14, 2008

Música Obrigatória

Sai, vai mais longe vai, vai ao fundo do fundo, não mudes de assunto, há sempre um perigo. Sai debaixo das pedras e vai, vai. Descola a memória, flutua no vago, deixa-te ficar, há sempe um perigo. Longe o ar é mais leve. Pode ser isso que me chama. Não sei resistir. Nem sei também pensar, se devia. Vai, vai mais longe vai, vai ao fundo do fundo...*



Picture by Michael G. Magin

*Letra Alberto Lopes/ Música João Gil (Trovante), muito embora se recomende a versão dos extintos Resistência

Saturday, September 13, 2008

Tenho medo...

...e por isso sinto-me presa. Incapaz de pensar. Porque tudo o que sinto é frio...e medo. Tenho medo das palavras, de dizê-las, de escutá-las. Tenho medo de sentir e medo de não ser capaz. Tenho medo de perder, de me perder. Tenho medo.



Foto by Lilya Cornelli

Monday, September 08, 2008

...

Fotografia de Michal Podobycko

Tenho um nó, na cabeça, no coração, na alma e na vida. É um nó tão grande que faz com que nada saia, nem lágrimas, nem gritos nem palavras.

Resumo

Festa do Avante, 07 de Setembro de 2008
Centenas de vozes a cantar comigo. Absolutamente sozinha no meio da multidão!



Friday, September 05, 2008

Which one you are?

Existem dois tipos de pessoas: os que escolhem e os que nada fazem por isso.
Os que escolhem levam uma vida de lutas interiores, são constantemente surpreendidos por encruzilhadas, desafios que a Vida apresenta em que o lema é pegar ou largar, ou tipo, é agora ou nunca. Levam as suas existências num desgaste emocional tremendo, mas pelo menos têm a recompensa de ter saboreado a vida com uma intensidade única.
Os que nada fazem por isso são aqueles para quem a Vida simplesmente atira as oportunidades de mão beijada, põe-lhes as hipóteses já escolhidas e preparadas no colo, sendo que eles apenas têm de vivê-las…não é necessariamente mau fazer parte deste segundo grupo. A Vida dá muito menos trabalho assim.
Mas também, quem disse que o que é fácil tem mais piada?
Apesar de tudo, não se escolhe o lado em que se nasce, o grupo a que se pertence. É-se assim e pronto…nada, ou muito pouco pode mudar essa condição.
Eu, inevitavelmente, caí [de nascença] na tribo dos que escolhem, dos que têm de escolher, optar, decidir, de uma forma constante e quantas vezes (demasiadas) de forma implacável e dolorosa. A vida nunca me deu nada por “dá cá aquela palha”. Mas por outro lado, tudo o que tenho conquistado, mesmo que na maioria das vezes sejam castelos de areia, no primário momento da conquista tem sempre um sabor especial da vitória!


Thursday, September 04, 2008

Homens que me compreendem melhor que eu mesma - Parte V

Foto d'aqui

Pergunta-me
se ainda és o meu fogo
se acendes ainda
o minuto de cinza
se despertas
a ave magoada
que se queda
na árvore do meu sangue

Pergunta-me
se o vento não traz nada
se o vento tudo arrasta
se na quietude do lago
repousaram a fúria
e o tropel de mil cavalos

Pergunta-me
se te voltei a encontrar
de todas as vezes que me detive
junto das pontes enevoadas
e se eras tu
quem eu via
na infinita dispersão do meu ser
se eras tu
que reunias pedaços do meu poema
reconstruindo
a folha rasgada
na minha mão descrente

Qualquer coisa
pergunta-me qualquer coisa
uma tolice
um mistério indecifrável
simplesmente
para que eu saiba
que queres ainda saber
para que mesmo sem te responder
saibas o que te quero dizer

[Mia Couto]


Fada do Lar!

Pois que me aventurei no fabuloso mundo das compotas e fiz um doce de tomate! E diz que correu muito bem e que estava uma delícia! ah pois é...


Sequelas

Não posso ser tolerante para quem defende o passado político do meu país. Não posso ser tolerante para quem blasfema contra a liberdade, porque não tem a menor consciência do que é viver sem ela. Tenho de me revoltar contra a hipocrisia de se defender que “antes era bem melhor”… o que é que era melhor? A vida racionalizada? A juventude de metralhadora na mão? A proibição musical? A imposição religiosa? A total e maquiavel proibição de pensamento ou de capacidade de expressão e de escolha? A tortura física e psicológica? A falta de acesso ao ensino? A ausência de informação? Expliquem-me, porque eu devo ser mesmo muito burra, mas não consigo perceber em que é que isto possa ser melhor…
Hoje, apercebi-me que as sequelas de um passado assim ainda permanecem em todo o lado. Não é nada que eu não soubesse, pois o atraso cultural, social e político do meu país deve-se a esses 40 e tal anos de pura repressão e ditadura em que vivemos e que, se olharmos com os olhos da consciência social, percebemos que esses tempos foram ontem e que ainda estão demasiado perto para que haja uma recuperação total da sociedade. Daí que ainda estejam a vir à tona os escandalosos e gravíssimos problemas de traumas de guerra. Sim, porque caso não saibam, a guerra colonial portuguesa ainda hoje é considerada um dos mais sangrentos palcos de guerra da história, mas isto se calhar não interessa, não é? Porque quando se fala de trauma de guerra, a malta (os-jovens-radicais-fashion-universitários-cosmopolitas e todos os restantes alienados) esquece-se que estes senhores, quando estavam com a idade deles, em vez de gastarem as mesadas (que não tinham, porque não havia) nas noitadas no Lux e no Tamariz e nos carros e nos vodkas com limão e nas imperiais, andavam de metralhadoras na mão, num país que nem sequer conheciam, a matar pessoas, sem saberem muito bem porquê. E enquanto isso, as namoradas e amigas que cá ficavam, em vez de gastarem o tempo (que não tinham porque trabalhavam) a passear nas Zaras e nas Berskas, a pavonearem-se nos Chiados e nas Avenidas, ficavam em casa a ajudar nas lides domésticas, a fazer os enxovais para um casamento com um noivo que muitas vezes regressava “numa caixa de pinho”, ou a trabalhar para ajudar nos sustentos de famílias que não tinham que chegasse para comprar pão (porque bifes, era uma vez sem exemplo, talvez no Natal). E continuam a vir também à tona, todas as sequelas de uma juventude que cresceu assim, sem música, sem coca-cola, sem televisão, sem expressão própria, com medo, com angústia, com receio. Mas que nunca perdeu a esperança e por isso continua cá. E deixam raízes. E projectam nos filhos, a esperança de um futuro que eles não tiveram mas que o sonharam.
Não tenho partido político, mas tenho opinião política (que aliás, defendo que é coisa que não se obtém aos 18 anos, mas sim um pouco mais tarde, mas enfim…). Não me identifico com nenhum partido em especial, mas sei aqueles com que não me identifico, de todo. Cresci num país que me deixou estudar, ouvir as músicas que gosto, vestir a roupa que quero, criar as minhas modas, defender as minhas filosofias, fazer teatro num grupo que orgulhosamente se intitula Veto, gritar em manifestações contra invasões militares contra outros países e poder estar na rua até depois das meia-noite com mais de 3 amigos sem ser acusada de conspiração, sair do país em viagem sem ter de pedir autorização ao companheiro, fumar na rua, ter isqueiro, tirar a carta de condução, votar, escrever estes textos na internet. Enfim, posso fazer tudo isto e sei dar o devido valor a tudo isto. E esta minha consciência devo-o a muitos heróis da geração de 70, mas devo-o ainda mais aos dois maiores heróis dessa geração que são o meu pai e a minha mãe. Que sobreviveram a uma adolescência de privações, para hoje me poderem dar toda esta responsabilidade histórica e social de saber dar valor à vida que tenho.

Não sou tolerante com o fascismo e tenho orgulho nisso!

Mãe:
Não te preocupes. Vou cantar ao Avante, sim. Mas não vou lá pelo Avante nem pelo que ele representa. Não é a festa em si que me faz ir lá. É a música, e tu sabes disso. E não te preocupes que o país que me deixaste não me vai prender por isso! Obrigada pela tua luta!

Tuesday, September 02, 2008

Relatório

Sobre o estado de espírito actual do lado de cá da tasca e que, inevitavelmente, se reflecte aqui no "cantinho maravilha":


É a ressaca, senhores ouvintes! A ressaca total e decadente!!!

[e já agora, não me lembro de onde roubei a imagem, portanto, se for caso disso, processem-me! Já estou por tudo!]

Saturday, August 30, 2008

What time is it?

Tempo para pensar, para fazer, para descobrir. Tempo para a fruta amadurecer, para a vida se fazer gente, para o beijo se soltar. Tempo para recuperar, para recompôr, para entender. Tempo para ser, para viver, para estar. Quantos são os tempos que a vida tem? De quantos tempos precisamos para sermos nós, para seguirmos os nossos caminhos? O que fazemos nós com o tempo e em que tempo vivemos? O tempo é o maior segredo da nossa existência, a pérola sagrada, a chave que decifra os códigos e, no entanto, continuamos a jogar com ele, a usá-lo em proveito de particularidades momentâneas, sem o respeitarmos e sem fazermos dele o proveito correcto para a nossa vida. Damos tempo, uns aos outros, com a prepotência de quem tem a certeza de que o tempo se oferece. Perdemos tempo indiscriminadamente com pormenores e relatividades com a ousadia de quem possui o tempo todo (quanto é o tempo todo?). E só quando o tempo se esgota, de repente, e sai da vida de alguém, é que conseguimos, por escassos momentos, entender que o tempo que se tem é nada, porque não se tem, nunca se teve, nunca se terá. E é aí, que as almas maiores, conseguem libertar-se e entregar-se ao tempo.



Friday, August 29, 2008

Hoje foi ela que me levantou do chão



A música há-de ser sempre em mim, a força maior. A música há-de ter sempre em mim uma razão para ser e para eu ser. A música traz-me gente e faz-me gente. Leva-me a novas vidas e traz-me novas e velhas emoções. A música há-de ser sempre a minha catarse, o meu caminho, o meu encontro, o meu segredo, o meu único momento, o meu único local. A música é minha irmã, minha alma gémea, meu nascer e renascer. É a amizade do momento certo, é o amante escondido, é a gargalhada da criança, é a lágrima e o choro compulsivo, é o abraço seguro, é a lembrança e a descoberta. É a memória e o cheiro da esperança da história que ainda está para vir.

Vá-se lá saber porquê...

Foto by Waatson

Teimoso subi ao cimo de mim e no alto rasgei as voltas que dei. Sombra de mil sóis em glória cobrem todo o vale ao fundo. Dorme meu pequeno mundo. Como um barco vazio p'las margens do rio, desce o denso véu lilás, desce em silêncio e paz, manso e macio. Deixa que te leve assim tão leve. Leve e que te beije meu anjo triste. Deixo-te o meu canto canção tão breve, brando como tu amor pediste. Não fales, calei. Assim fiquei. Sombra de mil sóis cansados crescendo como dedos finos a embalar nossos destinos

Leve Beijo Triste - Paulo Gonzo

Thursday, August 28, 2008

A conta, s.f.f.

Foto de Ted Adams

Porque deste lado os preços a pagar são sempre altos. Porque não há promoções para os sonhos, não há descontos para as ambições, não há saldos para a felicidade. Porque deste lado ainda se aposta alto no mundo da ilusão, esquecendo-se que o verdadeiro jogo é menos real que tudo o resto e a factura é sempre cara.