Monday, March 31, 2008

Metade

Minha doce e querida Joana:

A nossa caminhada começa muito antes de nos conhecermos, lembras-te? Antes de nos cruzarmos já as nossas histórias estavam juntas...o que se calhar eu não sabia é que a nossa amizade viria a tornar-se numa das coisas mais bonitas que aconteceu na minha vida!
Vivemos juntas, partilhámos quartos, casas, amigos, lágrimas, sorrisos, noites de música, muita música, esperas por bilhetes em noites gélidas, jantares e mais jantares, almoços, noites de estudo e de fumo, noites de soro e de nitrato de prata, corridas pelas avenidas de Lisboa, comboios que nos levaram à praia, aos sonhos, aos medos e aos segredos e muito, muito mais, (porque 7 anos não se escrevem num blog)...foste e és uma verdadeira amiga, uma irmã e serás sempre a outra parte de mim!
Quero apenas que saibas que, mesmo que agora já não as vejas todos os dias, as minhas mãos estão todos os dias junto das tuas...para o que der e vier!!!


"And if the darkness is to keep us apart
And if the daylight feels like it's a long way off
And if your glass heart should crack
And for a second you turn back
Oh no, be strong"*




* "Walk on", U2

Saturday, March 29, 2008

Será?

Porque a arte será sempre o meio mais intenso de nos transmitir emoções.

"Recicling Nude" (1902) é uma das mais importantes obras do célebre retratista italiano Giovanni Boldini. A imagem da mulher semi-nua, usando apenas meias pretas, combina a valorização da beleza feminina sensual e refinada com o toque violento e desenvolto de sua pintura.
Aqui, Boldini mostra, ao mesmo tempo, as convenções da fantasia masculina para exprimir a sexualidade feminina, juntamente com subtis convenções pictóricas para expressar um continuum no potencial sexual das mulheres, indo daquelas do demi-monde até as senhoras da sociedade...
descoberto aqui

Thursday, March 27, 2008

Dia Mundial do Teatro

TEATRO OBRIGATÓRIO UNIVERSAL (T.O.U)
"Por que é que os Teatros estão vazios? Pura e simplesmente porque o público não vai lá. De quem é a culpa? Unicamente do Estado. Se cada um de nós se visse obrigado a ir ao Teatro, as coisas mudavam completamente de figura. Por que não instituir o teatro obrigatório? Por que é que se instituiu a escola obrigatória? Porque nenhum aluno ia à escola se não fosse obrigado. É verdade que era mais difícil instituir o teatro obrigatório, mas com boa vontade e sentido do dever, não é facto que tudo se consegue? E além do mais, não será o teatro uma escola? Então…O teatro obrigatório podia, ao nível das crianças, iniciar-se com um repertório que apenas incluísse contos como o “Pequeno Polegarzão” ou “O Lobo Mau e as Sete Brancas de Neve”…Numa grande cidade pode haver – admitamos – cem escolas. Com mil crianças por escola todos os dias, teremos cem mil crianças. Estas cem mil crianças vão de manhã à escola e à tarde ao teatro obrigatório. Preço de entrada por pessoa-criança: cinquenta cêntimos – a expensas do Estado, é claro – dá, cem teatros cada um com mil lugares sentados: 500 euros por teatro, faz portanto 50.000 euros para cem teatros, por cidade. Quantos actores não arranjavam trabalho! Instituindo, distrito a distrito, o teatro obrigatório, modificava-se por completo a vida económica. Porque não é bem a mesma coisa pensarmos: “Vou ou não vou hoje ao teatro?” ou pensarmos: “Tenho que ir ao teatro!”. O teatro obrigatório levava o cidadão em causa a renunciar voluntariamente a todas as outras estúpidas distracções, às cartas, às discussões políticas na taberna, aos encontros amorosos e a todos esses jogos de sociedade que nos tomam e devoram o tempo todo. Sabendo que tem de ir ao teatro, o cidadão já não será forçado a optar por um espectáculo, nem a perguntar-se se irá ver o Fausto em vez de outra coisa qualquer – não, assim é obrigado a ir, cause-lhe o teatro horror ou não, trezentas e sessenta e cinco vezes por ano ao teatro. Ir à escola também causa horror ao menino da escola e no entanto ele lá vai porque a escola é obrigatória. Obrigatório! A imposição! Só pela imposição é que hoje se consegue obrigar o nosso público a vir ao teatro. Tentou-se, durante dezenas e dezenas de anos, convencê-lo com boas palavras e está-se a ver o resultado! Truques publicitários para atrair as massas, no género de “A sala está aquecida” ou “É permitido fumar no foyer durante o intervalo” ou ainda “Os estudantes e os militares, desde o general ao soldado raso, pagam meio bilhete”, todas estas astúcias não conseguiram encher os teatros, como estão a ver! E tudo o que se gasta num teatro com publicidade passará a ser economizado a partir do momento em que o teatro se torne obrigatório. Será porventura necessário pagar publicidade para se mandar as crianças à escola obrigatória? Como também deixará de haver problemas com o preço dos lugares. Já não dependerá da condição social, mas das fraquezas ou da invalidez dos espectadores. Da primeira à quinta fila, ficarão os surdos e os míopes! Da sexta à décima, os hipocondríacos e os neurasténicos! Da décima à décima quinta, os doentes da pele e os doentes da alma. E os camarotes, frisas e galerias serão reservados aos reumáticos e aos asmáticos. Tomemos por exemplo uma cidade como Lisboa: descontando os recém-nascidos, das crianças com menos de oito anos, dos velhos e entrevados, podemos contar com cerca de dois milhões de pessoas submetidas ao teatro obrigatório, o que é um número bastante superior ao que o teatro facultativo nos oferece. Ensinou-nos a experiência que não é aconselhável que os bombeiros sejam voluntários e por isso se constituiu um corpo de bombeiros. Por que razão o que se aplica aos bombeiros não se aplicará também ao teatro? Existe uma íntima relação entre os bombeiros e o teatro. Eu que ando pelos bastidores dos teatros há tantos anos, nunca montei nem vi uma só peça que não tivesse um bombeiro presente na sala. O T.O.U., Teatro Obrigatório Universal, que propomos, chamará ao teatro numa cidade como Lisboa*, cerca de dois milhões de espectadores. É pois necessário que, numa cidade como Lisboa, haja: ou vinte teatros de cem mil lugares, ou quarenta salas de cinquenta mil lugares, ou cento e sessenta salas de doze mil e quinhentos lugares, ou trezentas salas de seis mil duzentos e cinquenta lugares, ou seiscentas e quarenta salas de três mil cento e vinte cinco lugares ou dois milhões de teatros de um único lugar. É preciso que cada um trabalhe no Teatro para se dar conta da força que daí nos pode advir, quando o ambiente de uma sala à cunha, com o público de – digamos – cinquenta mil pessoas nos arrebata! Aqui tendes o verdadeiro meio de ajudar os teatros que estão pelas ruas da amargura. Não se trata de distribuir bilhetes à borla. Não, há que impor o teatro obrigatório! Ora quem poderá impor senão… o ESTADO."



Karl Valentin


* No texto original a cidade não é Lisboa, sendo que este texto foi adaptado e retirado do blog "Fora de Cena"


Direito Privado

Privilégio:
substantivo masculino
1. direito ou vantagem exclusiva concedida a alguém;
2. diploma que confere essa vantagem;
3. regalia;
4. prerrogativa; imunidade;
5. condão;


[just like a fairytale...]

Friday, March 21, 2008

Respeitar tradições

Segundo consta, no dia de hoje não se come carne...a malta cá deste lado, pelo menos, sempre fez assim, e até sabe porquê. Mas este ano, resolvemos aproveitar a tradição e marcar o dia de maneira diferente. Vai daí, o Apokalypse teve a brilhante ideia de apostar nos seus dotes de culinária (que diga-se desde já que são brilhantes!) e preparar para o jantar de hoje e sua melhor especialidade!!!



Tradição cumprida, certo?

1º Lugar!!!

Trova Nova, Velha Cena
" Eu canto a minha terra
Dou melodia ao poema
Trova nova, nova vida
Trova velha, velha cena
Ranchos dobrados ao meio
Ondulam entre vinhedos
E cantigas de permeio
Encerram velhos segredos
A névoa esconde tesouros
Goteja dos bagos de uva
voam melros e besouros
Sobra sol e falta chuva
Ao lagar arriba a 'sperança
que ano bom, é grau melhor
Outono de mil andanças
Perfume a mosto ao redor
Claro ou tinto, encorpado
Sangue de gente por dentro
E um rosto bem queimado
São do vinho o seu fermento
Grande rio que vens lento
vens da riba para o mar
Redobras o meu intento
Doce Tejo, de te amar
Eu canto a minha terra
Dou melodia ao poema
Trova nova, nova vida
Trova velha, velha cena"
Letra: Arnaldo Vasques
Música: José Campos e Sousa
Voz: Susana Alves
Guitarra clássica: José Campos e Sousa
Viola Baixo: José Morte
Acordeão: Carlos Dantas
18 de Março de 2008

Thursday, March 06, 2008

Na Corte do Rei Príncipe

O Veto Teatro-Oficina* tem em cena, na ExpoCriança, em Santarém, uma nova peça para crianças, intitulada "Na Corte do Rei-Príncipe". Com base numa obra literária sobre a História de Portugal para crianças, Eliseu Raimundo adaptou o texto para teatro e Nuno Domingos encenou.
Este trabalho é o primeiro de uma nova iniciativa do Veto chamada "Histórias na História de Portugal", que pretende recriar para teatro vários episódios da história vasta do país, tentando ir sempre ao encontro dos programas escolares em vigor, nesta área.
Até dia 9 de Março estará, então, em cena na ExpoCriança (CNEMA), em Santarém, "Na Corte do Rei-Príncipe", com Ana Gargaté, Bruno Alves e Susana Alves no elenco, desenho de luz e som de Helder Santos e encenação de Nuno Domingos. As apresentações são de quarta a sexta às 10h15 e às 14h e no Sábado e Domingo às 14h! Apareçam!!!




E é mais ou menos por isto que ando estoirada, sem voz e com o pescoço bloqueado. Mas confesso que há muito tempo que não me divertia tanto nestas andanças!!!


[A peça vai voltar a estar em cena no dia 29 de Março, no Teatro Sá da Bandeira, em Santarém, no âmbito das comemorações do dia Mundial do Teatro.]

*Ver o Blog na Lista ao lado - vetoteatrooficina.blogspot.com

Resumo

Ensaios de música, ensaios de teatro, espectáculos fora de Santarém, espectáculos em Santarém, organizar animações, trabalho e reuniões para as animações, mais trabalho e reuniões para tudo o resto, cafés à pressa para matar saudades, almoçar e jantar com os pais sempre que possível para matar saudades, mais ensaios, emoções a mil, a explodirem, a rebentarem, ensaios gerais e reuniões, estreias e mais espectáculos! Foi mais ou menos isto que aconteceu nas anteriores semanas...estou, Quase, sem fôlego. Não fosse gostar tanto do que faço e caía para o lado, mais uma vez (como aliás já aconteceu há uns tempos atrás).
Resumo: só me apetece dormir, dormir e dormir...

Sunday, March 02, 2008

Frase da semana

"As emoções são como cavalos selvagens"
[Uma vez soltas, já ninguém as agarra...]