Por agora, ficamos por aqui

Desta vez a vida jogou alto. Muito alto e muito caro. Desta vez a vida foi longe demais. E eu que sempre a vivi tão justamente, tão bem aproveitada, que sempre a elogiei, que sempre a enalteci, que sempre a preservei...

Ele não tem voz e eu estou em absoluto silêncio. A minha respiração vital está em suspenso, como uma apneia. Sim, uma apneia de medo, de dor e de duvida.

Não sou mais eu. Não consigo ser eu outra vez. Não sei se voltarei a ser eu. Duvido. Não se volta ao que se era depois de se ficar tanto tempo sem respirar.

Espero apenas voltar a reencontrar parte de mim e isso só poderá acontecer se ele voltar a ser também.

Isto vai passar

É que não me ocorre mesmo mais nada...

Enviaram-me esta por e-mail e é mesmo só isto que me vai na alma...

Afinal, sempre existe qualquer coisa de bom nesta cidade!!!

874 pessoas deslocaram-se ontem, ao longo do dia, até à antiga Escola Prática de Cavalaria, actual Fundação da Liberdade, em Santarém, para se tornarem Dadores de Medula Ossea, em nome da Joana!

Repito - 874!

Como disse a I. Spleen - é caso para dizer orgulhosamente EU FUI!!!

Sugestões para um programa diferente *

A vida está uma seca, não há nada de jeito para fazer, não foram ver U2 e sentem-se as piores pessoas do mundo, já não há restaurante nenhum que vos atraía porque já experimentaram todos ou simplesmente porque não gostam de sair para comer em restaurantes, já viram os filmes todos que saíram no cinema e não há bar/discoteca algum que passe som que gostem, não há nenhum jardim arranjado sem crianças aos gritos, adolescentes a fazerem figuras de crianças ou pedaço de relva sem cocó de cão, não há peça de teatro interessante nem livro que vos saiba bem ler até ao fim, não há viagens baratas nem promoções em nenhum hotel que vos agrade??? Isto tudo faz com que carreguem uma certa sensação de inutilidade e de impaciência?????
Pois muito bem, então assim sendo eu tenho a proposta ideal para vocês:
No próximo dia 10 de Outubro podem voltar a sentir que são seres humanos "especiais", diferentes e muito, mas muito cool!
E sabem porquê? Porque assim como quem não quer a coisa podem ter a capacidade de salvar vidas!
E esta, hein?
Como? Perguntam vocês?
Eu explico:

Espalhados pelo mundo fora estão milhares de pessoas (crianças, adolescentes e adultos) que não podem fazer nenhum daqueles programas que referi ali em cima e que vocês já se fartaram de tanto os fazer. Não podem porque estão "presos" num hospital a lutar contra uma doença chamada Leucemia.
Uma das hipóteses (a maior delas, aliás) de cada um deles poder voltar a fazer algum daqueles programas é fazendo um transplante de medula óssea e para isso tem de ser encontrada uma medula compatível.
É aqui que nós todos entramos e nos tornarmos pessoas-absolutamente-incríveis-tipo-heróis. Cada um de nós, pode ser dador de medula óssea. Basta que para isso faça uma recolha de sangue (dói 100000000 vezes mais ir ao dentista, não sejam maricas que os Super Heróis não são maricas) e automaticamente estamos inseridos na base de dados mundial e podemos ser compatíveis com alguém no mundo que esteja à nossa espera para voltar a ir ao cinema!!!!!!

No dia 10 de Outubro, aqui em Santarém, estamos a organizar uma recolha de medula óssea em nome de uma amiga que é a Joana. A partir das 10h contamos com a vossa presença para virem ajudar-nos. Ficam as imagens e as informações para todas as dúvidas que tenham. Não deixem de aparecer. Tornem o vosso dia diferente com um simples programa diferente numa tarde de Domingo! Tornem-se pessoas melhores (You can do it! We can do it!).
Obrigada!

"Ah e tal, não percebo nada disto..." - dizem vocês

Então aqui ficam os links para quem vos pode explicar tudo melhor ainda!

Portal de Saúde / CEDACE (Centro de Nacional de Dadores de Medula Óssea
Centro de Histocompatibilidade do Norte
Centro de Histocompatibilidade do Centro
Centro de Histocompatibilidade do Sul

* ou como tornar-me numa pessoa absolutamente espectacular!

Tenho saudades da companhia da minha gata...muitas! Tenho saudades do ralhar do Zé Men, tenho saudades dos cabelos e do sorriso doce da Vanessa, tenho um vazio de saudades do meu avô Zé, tenho saudades das brôas de chocolate da minha avó Virginia, do refilar dela, tenho saudades da voz indecifrável do meu avô João (tenho pena de não o ter conhecido melhor), tenho saudades do quintal da avô Mamina, de toda a casa, tenho saudades da Tia Glória a chegar com as compras, tenho saudades das tangerinas da tia Lecticia, tenho saudades dos abraços da Tia Vina, tenho saudades das piadas do Tio João, tenho saudades da Avenida, tenho saudades do Snoopy, tenho saudades da Barragem, tenho saudades da garagem, tenho saudades da paisagem do meu quarto no 7º andar (e no 12º em Lisboa) tenho saudades da inocência, tenho saudades tuas, tenho saudades até rebentar, e hoje é de dôr.

Tenho o lema de não pensar demasiado no que passou, no que vivi, para poder seguir em frente, mas hoje é um daqueles dias que não deu para conter e os vazios ficaram cheios de demasiada saudade que está explodir por todos os lados...

Afinal, quem é que é provinciano?

(Os meus amigos de Lisboa (que são poucos mas bons) que me perdoem por este texto, mas também eles não precisam de me perdoar muito porque sabem que não estou a falar deles...)

Os lisboetas são incultos e preconceituosos. É um facto. é daqueles factos que comprovamos várias vezes ao longo da vida, na própria pele (ninguém nos conta) e por isso não há discussão sobre isto...

Hoje ao ler um blog do qual sou seguidora deparo-me, no fim de uma descrição fantástica sobre uma experiência da autora, com a afirmação de que a autora só de pensar que poderia ter de trabalhar e viver fora de Lisboa dava-lhe um fanico... Para mim é muito mais que isso. Acredito que se deverá tratar de uma excelente pessoa, pela maneira como escreve e por muitas das ideias que apresenta. Mas o facto de escrever isto só revela que, afinal, é mais uma menina mimada de Lisboa que igual a tantos outros meninos e meninas transformam Lisboa em Portugal e "o resto é província".

É lamentável que, em pleno século XXI, meninos e meninas das gerações de 70, 80 e 90 continuem sem saber se Évora é no Alentejo ou no Minho e que existe uma terra chamada Cuba para além da ilha de Fidel, etc, etc... gastam mais dinheiro a visitar outros países, nos quais até exploram aldeias e lugarejos mas nunca visitaram Piodão ou Ponte de Lima, nem tão pouco sabem da melancolia das populações das nossas vilas piscatórias que trazem na pele vidas de luta e de mar...

Lembro-me de chegar a Lisboa (cidade onde morei durante 7 anos e que adoro!), em 2000, e ser a rapariga da turma que mais conhecia cidades e locais fora de Lisboa e não, não é porque tive oportunidade de viajar, é porque quero e sempre quis conhecer.

Tive as mesmas oportunidades de ensino e de acesso à cultura e à informação que todos os meus colegas de faculdade, portanto, a única razão que vejo para que não saibam nada do país de onde são naturais é pelo simples facto de terem nascido em Lisboa. Nascer em Lisboa é sinónimo de "eu não tenho de sair daqui para conhecer o meu país. O meu país se quiser, venha até cá conhecer-me!".

Não se julgue, no entanto, que o fenómeno é um exclusivo lisboeta. Existem as devidas "excepções provincianas" - meninos e meninas (da minha cidade então é aos pontapés) que voam para a capital em períodos universitários e fazem questão de nunca referir as suas regiões de origem. No entanto, gostam de criticar as suas cidades de origem sem nunca terem feito nada por mudar nada... lembro-me (a título de exemplo) de uma amiga que criticava o teatro amador da nossa cidade, comparando-o ao teatro profissional de Lisboa. É então que me ocorre perguntar-lhe se alguma vez ela tinha ido ao teatro na nossa cidade e a resposta foi: "Não!"...

E depois tiram formações superiores para promover opiniões e pareceres e afins...

Tenho pena que assim seja. Tenho pena que malta da minha idade seja assim, tão tacanha. Mais tacanha do que a menina que guardava ovelhas (da reportagem da SIC...), porque essa é assim por não ter acesso a mais nada...