Wednesday, June 30, 2010

Sobre qualquer coisa parecida com futebol...

O Cristiano Ronaldo jogou no Mundial de 2010?!? Ah, não reparei... Ah, marcou um golo contra a Coreia?...pois, e aquilo foi um golo?
Desculpem lá, não é uma questão de "agora que perdemos vamos todos dizer mal", não, não é isso. Quem me conhece sabe que a minha opinião é esta há muito tempo. Só estou embalada pela ocasião da derrota de ontem para tocar no assunto. Porque não aguento mais telejornais (que são o único programa televisivo pelo qual ainda ía deixando a Tv ligada ao longe) a darem duas notícias gerais de meio minuto cada e 30 minutos sobre o Mundial 2010... Portugal parou durante pouco mais de duas semanas para depositar naquele miúdo da Madeira todas as suas atenções qual mito de D. Sebastião que vai chegar para nos salvar das garras da crise e do PEC... E depois, o tal miúdo (que aqui a Je não suporta nem um bocadinho) simplesmente nada fez para justificar a sua fama e o seu vergonhoso ordenado. Não, minto, fez sim - reclamou, fez carinhas de amuado e de frustrado e ontem, em grande estilo, à saída do estádio cuspiu, repito cuspiu, em direcção à camera móvel que o ía a acompanhar. Mas desta atitude de grande nível e maturidade ninguém fala, ninguém viu*...
Não percebo grande coisa de futebol, mas para mim, na minha simplicidade de raciocínio relativamente ao desporto-rei as coisas são práticas: Um grande jogador de futebol não é um Cristiano Ronaldo. O gajo quando lhe dá na tola e quando tem as costas quentes de uma grande e endinheirada equipa até faz uns passes, mas fora isso ele não é extraordinario e está longe dos títulos que lhe atribuem.
Relativamente à selecção portuguesa, a questão é mesmo essa, são portugueses e não são uma equipa. São bons jogadores, alguns deles muito bons, que não sabem nem querem jogar em equipa. Quanto ao facto de serem portugueses não é necessariamente mau em todas as vertentes, mas aqui foi prejudicial porque sofreram do karma da falta de inteligência e do "chico-espertismo" em demasia, como é nosso apanágio. Se fossemos inteligentes nem sequer teríamos posto o CR a jogar. Quanto muito ele entraria nos últimos 15 minutos...
Bem, e agora que voltamos aos dias relativamente comuns, deixo apenas dois registos: um é um recado ao Sócrates para fugir depressa, porque o país vai lembrar-se em força que ele existe e agora com os nervos da derrota do Mundial 2010 adivinham-se dias agitados para o PM e para o que quer que seja que ele faça. O segundo registo é um texto do blog A Pipoca Mais Doce que diz e exactamente aquilo que eu penso sobre este tema, mas escrito com a qualidade que lhe é caraterística!


Perguntem ao Carlos Queiroz
Cristiano Ronaldo chegou a um ponto na vida em que acredita que é suficiente parecer. Já não tem de provar nada a ninguém, já não está debaixo da atenção dos olheiros, já não sonha com contratações milagrosas. Já tem isso tudo, por isso acredita que é suficiente parecer. Parecer que é bom, que é empenhado, que é o melhor jogador do mundo. O problema é que para nós, portugueses que ainda acreditavam, mais do que parecer era preciso ser. Cristiano Ronaldo tinha de ser bom, tinha de ser empenhado, tinha de ser o melhor jogador do mundo. E não foi. Arrastou-se no campo, fez fitas, lamentou-se excessivamente, armou-se em diva, ficou no chão em lamúrias eternas. Os golos prometidos, os tais que chegariam como o ketchup, nunca chegaram. E por isso, ontem, o Queiroz tinha de ter tido a coragem de o tirar. Porque não estava a acrescentar nada à equipa, porque estava mais do que visto que não era ele quem iria resolver. E não tinha de ser. Não cabe a um jogador levar uma equipa inteira às costas. Mas o Cristiano tinha de ter feito mais. E a nós tinha de nos ter calhado em sorte um treinador com tomates à portuguesa, que não tivesse medo de ferir o ego do menino de ouro. Ter o Cristiano Ronaldo na equipa não passa de um título que o mundo inteiro percebeu não significar grande coisa. E a atitude no final do jogo foi reveladora da fraca formação do rapaz. "Perguntem ao Carlos Queiroz." Como se a culpa não fosse também dele, que não mexeu uma palha. E não, aquele golo ridículo contra a Coreia não contou. Para nada.
Publicada por apipocamaisdoce

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